Retratos das emoções
Quando se olha alguém, um dos erros mais comuns é ver medo em um rosto apenas surpreso. Isso porque, mesmo quando as emoções não se misturam no semblante, há músculos que trabalham em mais de uma expressão. Mas o olhar atento não se engana, pois cada sentimento traça sua máscara própria no rosto humano, como mostra a seqüência de caras do psicólogo Ailton Amélio da Silva, da Universidade de São Paulo.
Medo - As sobrancelhas também se erguem, mas se aproximam por causa da contração do músculo piramidal do nariz - o único da face que nenhum treino ensina a dominar - e assim formam rugas verticais na testa; as pálpebras inferiores e superiores sobem, diminuindo os olhos; a boca, aberta ou fechada, fica tensa.
Nojo - As sobrancelhas se abaixam, sem se aproximar; o lábio superior é puxado para cima, empurrando as bochechas na mesma direção; assim, podem aparecer rugas no nariz; o lábio inferior se contrai para fora.
Surpresa - Ao se erguerem, as sobrancelhas costumam formar rugas horizontais na testa; as pálpebras superiores sobem, sem tensão; o maxilar relaxa, deixando a boca entreaberta e abaixando as pálpebras inferiores - daí os olhos se arregalarem.
Tristeza - Apenas o canto interno das sobrancelhas se eleva; os cantos da boca caem; de modo geral, todos os músculos faciais perdem tônus, criando a expressão típica do abatimento.
Alegria - Os lábios são puxados para trás e para cima, empurrando as bochechas; as pálpebras inferiores também se elevam e aparecem rugas na parte externa dos olhos, feito pés-de-galinha; um detalhe fundamental é que não existe tensão na testa.
Raiva - As sobrancelhas se aproximam, só que abaixadas; a tensão em torno da boca comprime os lábios.
Desprezo - Os lábios se comprimem, um contra o outro, e um canto é puxado para cima.
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